Ano difícil a frente – Navegar é preciso
Navegar em mar de almirante qualquer um navega, já em mar revolto...
O Brasil irá atravessar no mínimo os próximos dois anos (2015 e 2016) de situação macroeconômica bem difícil.
A indústria já vem sentindo a piora da situação há mais de um ano e meio (meados 2013).
É bem interessante, observar a evolução no gráfico de Produção Industrial, e dos setores de Alimentos e Bebidas nos últimos anos (dados do IBGE). Em 2011 a produção industrial e de alimentos e bebidas teve crescimento 0 (zero). A indústria de alimentos desde então vem em uma situação complicada 2012 (-1,2%), 2013 (0,6%) e fechou 2014 (-1,4%). A indústria de bebidas depois do forte crescimento de volumes de 2009/2010 ficou com os volumes quase estagnados, 2012 (1,3%), 2013 (-2,1%) e 2014 (0,8%).
Variação da Produção Física Industrial Geral, Alimentos e Bebidas (% acumulado no ano)
Fonte: IBGE, jan/15
Com o recrudescimento da recessão, redução do consumo, aumento da inflação, aumento impostos, aumento dos custos de energia, aumentos dos custos logísticos etc.; em algum momento as empresas terão que se mexer. Não será mais possível ficar ancorado no porto como em 2014 aguardando bons ventos.
Não é possível mais reduzir custo baixando a qualidade das matérias-primas, da formulação, ou reduzindo o peso do produto por embalagem. Isso já foi feito à exaustão, o que acabou nivelando por baixo os produtos para o consumidor. Demissão de funcionários também não irá, por si só, resolver a crise. Racionalizações de custo só serão possíveis no processo industrial (melhoria de produtividade) ou então no modelo de gestão.
Será fundamental mais do que nunca alto profissionalismo na tomada de decisões e na implantação de planos de negócios. Não existirá mais espaço para equívocos.
Errar em crise é suicídio empresarial, ou seja, provoca o naufrágio do navio.
Fevereiro/2015
Luiz Azevedo – BSc Chemical Engineering, MBA Marketing, MSc Economics, Director of Profiler Business Consulting and Partner PBC Council - Food & Beverages Consultants.